quinta-feira, 17 de maio de 2012

A importância de estar nu

A verdade se exala na velocidade com a qual a roupa se ausenta. O duvidoso de desfaz à presença do nu. Naturalizar o nu é institucionalizar e ambientar o sincero. A mentira para o nu é uma blasfêmia. O corpo sintoniza o divino na sua expressão de liberdade. A liberdade para o orgânico é não ser cristalizado. O nu explica o que a veste inventa e a alma se autojustifica perante o universo. Apenas a nudez apresenta a verdadeira beleza perante o emaranhado de linhos que a tenta inibir. O fazer social travou o que nu tenta dizer, deixando-o despido de seu próprio sentido. Não houve palavra que dissesse o que os seios à luz podem argumentar. A tragédia do corpo é estar envolto das vestes e a tragédia das vestes é a distância do corpo. O sujeito fica mudo e parece um absurdo porque a sua fala vestida é uma contradição. As linhas corporais são uma bússola existencial. A disposição de cada membro confere uma espécie de orientação. O momento da nudez é a revelação da essência. A pele no mundo cria um sonho idealizado: o nu é a catarse. Não há contexto que se mantenha intacto na veracidade da nudez. Ela conserta, embeleza e recupera-se. Na saudade da verdade e com vontade de se despir, o corpo decide ficar nu e fica eterno.